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Som De Grito De Dor ( Grito De Medo ) - Shoutin...



Nenhum grito é igual ao outro. Eles podem ser graves, estridentes ou bizarros, assim como as vozes de seus donos, mas poucas vocalizações são tão específicas quanto um grito de medo - e você sempre reconhece quando ouve um.




Som de grito de dor ( grito de medo ) - shoutin...



Mas de onde vem essa característica inconfundível? "Se você perguntar a alguém na rua, eles dirão que um grito é alto e agudo", diz David Poeppel, neurocientista da Universidade de Nova York e do Instituto Max Planck, em Frankfurt. "Acontece que também não sempre."


Uma espécie de terror contido pairava no ar, parecendo nos possuir - uma loucura délfica, uma possessão demoníaca que emprestava terrível realidade à canção e à palavra. A forma negra compacta do pregador agitava-se e estremecia à medida que as palavras jorravam de seus lábios e o atingiam com eloquência singular. As pessoas gemiam e agitavam-se e, súbito, a mulher escura de rosto escovado ao meu lado precipitou-se para o alto gritando como alma penada, enquanto, ao redor, ouviam-se gritos e lamentos plangentes, numa cena de emoção humana como jamais concebera.11 11 DU BOIS, 1999, p.241. "A sort of suppressed terror hung in the air an seemed to seize us, - a pythian madness, a demoniac possession, that lent terrible reality to song and world. The black and massive form of the preacher swayed and quivered as the words crowded to his lips and flew at us in singular eloquence. The people moaned and fluttered, and the the gaunt-cheeked brown woman beside me suddenly leaped straight into the air and shrieked like a lost soul while round about came wail and groan and outcy, an a scene of human passion such as I had never conceived before" (DU BOIS, 1997, p.148-149).


Em meio à loucura, possessão demoníaca, terrível realidade, gemidos, agitações, alma penada e gritos, Du Bois reconhecia que "a música da religião negra" ainda continuava sendo "a expressão mais bela e original da vida e da nostalgia humanas jamais nascida em solo americano": "Originária das florestas africanas, onde sua contraparte ainda pode ser ouvida, ela foi adaptada, alterada e intensificada pela trágica vida interior (soul-life) do escravo até que, sob pressão da lei e da chibata, tornou-se a expressão única e verdadeira da dor, do desespero e da esperança de um povo".12 12 DU BOIS, 1999, p.241-242. "The Music of Negro religion is that plaintive rhythmic melody, with its touching minor cadences, which, despite caricature and defilement, still remains the most original and beautiful expression of human life and longing yet born on American soil. Sprung from the African forests, where is counterpart can still be heard, it was adapted, changed, and intensified by the tragic soul-life of the slave, until, under the stress of law and whip, it became the on true expression of a people's sorrow, despair and hope" (DU BOIS, 1997, p.149).


Em outro capítulo, The Sorrow Songs, Du Bois ampliou a perspectiva da canção escrava e incluiu, ao lado da "música da religião negra", as canções de amor e as canções de trabalho na categoria "canções de dor" (Sorrow Songs). Da mesma forma lhes deu um papel especial. Em suas palavras "as canções do povo negro - o grito rítmico do escravo - erguem-se hoje, não só como a única música americana, mas como a mais bela expressão de experiência humana nascida deste lado dos mares".13 13 DU BOIS, 1999, p.298. "The Negro folk-song - the rhythmic cry of the slave - stands to-day not simply as the sole American music, but as the most beautiful expression of human experience Born this side the seas" (DU BOIS, 1997, p.186). Para o intelectual negro, o mundo ouviu as canções dos escravos de forma incrédula em função de sua rara beleza. Após ouvirem "as canções dos escravos" cantadas pelo Fisk Jubilee Singers, "o mundo jamais poderia esquecê-las" (DU BOIS, 1999, p.299). 041b061a72


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